
Saiba como empresas cuidam da saúde dos colaboradores com ambulatório digital
No meio de um dia comum de trabalho, um colaborador sente uma dor repentina. Em vez de esperar por uma consulta presencial ou enfrentar filas em um hospital, ele acessa o ambulatório digital da empresa, agenda o atendimento e recebe orientação em poucos minutos, sem sair do ambiente corporativo.
Essa cena ilustra a recente transformação na estrutura de muitas organizações. O ambulatório corporativo, por exemplo, que tradicionalmente era chamado de enfermaria e atuava como espaço de primeiros socorros, triagem e encaminhamentos, está mudando de forma e somando novas funções.
Com o apoio da tecnologia, passa a ser chamado de ambulatório digital e se consolida como instrumento de gestão em saúde, prevenção e cuidado. Hoje, é uma ferramenta de bem-estar integrada à rotina de trabalho e apoio estratégico para as áreas de Saúde e Recursos Humanos.
O que é um ambulatório digital e como funciona nas empresas?
O ambulatório digital agiliza o acesso a consultas e orientações, traz ganhos significativos para os profissionais de SESMT (Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho) e, principalmente, para os trabalhadores. E, quando necessário, combina atendimentos presenciais e virtuais com suporte em tempo real.
Contudo, de forma geral, os serviços disponíveis em um ambulatório digital incluem:
- Telemedicina: consultas médicas online, com diferentes especialidades.
- Saúde ocupacional: acompanhamento da saúde dos colaboradores por meio de ferramentas digitais.
- Atendimento psicológico: sessões de psicoterapia, com privacidade, sem que o colaborador precise se ausentar do ambiente de trabalho.
- Nutrição e bem-estar: consultas remotas com nutricionistas e programas de estilo de vida.
- Monitoramento de indicadores de saúde: acompanhamento contínuo de dados clínicos e populacionais.
- Integração com SESMT: apoio direto às áreas de Segurança e Medicina do Trabalho das empresas.
- Plataforma digital de gestão: prontuário eletrônico, relatórios de saúde corporativa e acesso a histórico clínico. Tudo isso de forma integrada ao sistema da empresa.
(Leia também: Ambulatório digital para empresas: como funciona essa tecnologia?)
Adesão ao digital
Por outro lado, estudos recentes confirmam um movimento significativo de adesão ao digital. Segundo a Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), em 2023 foram realizadas mais de 30 milhões de consultas de telemedicina no Brasil, mostrando que o atendimento remoto já faz parte da rotina de saúde de milhões de pessoas.
No próprio Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, experiências locais também atestam os bons resultados do atendimento remoto. Em Joinville (SC), um estudo divulgado pela Agência Brasil em março de 2025 revelou que a teleconsulta é eficaz não apenas em situações pontuais, mas também no acompanhamento contínuo de pacientes com doenças crônicas, como o diabetes. A iniciativa reafirma o potencial da modalidade para ampliar o acesso e reduzir barreiras, inclusive na saúde pública.
Além disso, instituições de referência, como o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, comprovam o alcance desse modelo. O Einstein foi o primeiro hospital da América Latina a receber acreditação internacional em Telemedicina pela URAC (2024).
Desde 2012, porém, quando a telemedicina passou a ser ofertada pela organização, já foram realizados cerca de 2 milhões de atendimentos e, por mês, a área executa cerca de 60 mil consultas virtuais. Esses números expressam como a prática é segura, eficaz e escalável. A plataforma auxilia estados, prefeituras, empresas e operadoras de saúde.
A transformação digital da saúde corporativa no Brasil
Empresas de diferentes setores já adotaram serviços digitais de saúde para seus colaboradores, principalmente nas áreas de psicoterapia online e telemedicina como benefício corporativo.
O Grupo Boticário, por exemplo, oferece desde 2020 psicoterapia online gratuita para colaboradores e dependentes. Já foram realizadas mais de 30 mil consultas virtuais de psicoterapia dentro do programa de saúde mental corporativa (Saúde Business).
Em 2021, a Nestlé Brasil lançou o Canal de Bem-Estar, uma plataforma digital com conteúdos de nutrição, saúde física e mental, além de orientação online e suporte psicológico para colaboradores e familiares. Em situações emergenciais, como no Rio Grande do Sul em 2024, a empresa também disponibilizou um canal de telemedicina para atendimento remoto de colaboradores (Nestlé Brasil).
Novas evidências de impacto
Além dos dados nacionais, porém, pesquisas internacionais também confirmam a força dessa transformação. Uma pesquisa publicada no portal de notícias e análises sobre gestão e tecnologia em saúde, Visão Hospitalar, revelou que trabalhadores de 13 países valorizam fortemente a oferta de telemedicina como benefício corporativo, destacando a conveniência e a possibilidade de acompanhamento contínuo sem necessidade de deslocamento.
Contudo, no campo da inovação científica, um estudo recente disponível no repositório internacional de artigos científicos arXiv revisou aplicativos móveis de saúde mental (mHealth) e destacou o potencial do monitoramento remoto para ampliar a eficácia das intervenções preventivas e melhorar a adesão dos pacientes aos tratamentos, por exemplo.
O cenário internacional: referências em escala global
Em diferentes países, por exemplo, grandes empresas vêm mostrando como ambulatórios digitais e híbridos – quando se integram recursos digitais e acompanhamento presencial, se necessário – podem transformar a gestão de saúde corporativa.
A Amazon estruturou as clínicas AmCare em centros operacionais nos Estados Unidos, como Seattle e Nashville. Elas oferecem consultas presenciais de enfermagem, triagem de sintomas, gestão de doenças crônicas e encaminhamento a especialistas. O diferencial está na integração com uma plataforma digital própria, que permite agendamento online, teleconsultas, prontuário unificado e monitoramento de indicadores de saúde. Relatórios internos indicam que funcionários que utilizam regularmente o serviço apresentam menor tempo médio de afastamento e maior adesão a programas preventivos.
Como processos aceleram retorno ao trabalho
No Reino Unido, a Centrica, empresa do setor de energia, implementou um ambulatório digital corporativo que incorpora clínicas presenciais com teleconsultas rápidas. O processo começa com um questionário eletrônico, que é preenchido no primeiro dia de licença médica. Em até 48 horas, o colaborador tem acesso a uma triagem virtual, que o encaminha para consultas ou fisioterapia local. O protocolo adotado pela Centrica reduziu o absenteísmo e acelerou o retorno ao trabalho, segundo reportagem do Financial Times. Também, a empresa também mantém uma plataforma digital em que os empregados podem acompanhar indicadores de saúde populacional, acessar conteúdos de prevenção e responder a avaliações personalizadas.
Na Europa, porém, a Vodafone, uma das maiores operadoras de telecomunicações do mundo, lançou, em 2013, um programa de telemedicina voltado a regiões remotas e insulares, para garantir acesso a diagnósticos e monitoramento à distância. Mais recentemente, porém, em parceria com a Deloitte, criou o Vodafone Centre for Health, um centro virtual de inovação em saúde digital para empresas e sistemas públicos. A companhia também desenvolveu uma plataforma digital interna que engloba teleconsultas, triagem de sintomas, monitoramento de saúde mental e check-ins semanais com coaches virtuais, permitindo que os colaboradores tenham acesso contínuo ao cuidado por meio de aplicativo próprio.
Um movimento irreversível
Seja no espaço físico das empresas ou nas plataformas digitais, os ambulatórios corporativos e digitais são uma realidade consolidada. Eles representam a convergência entre cuidado, tecnologia e gestão preventiva.
A experiência brasileira sinaliza que a telemedicina é segura, eficaz e estratégica. Por isso, agregar esse modelo ao ambiente corporativo amplia a prevenção, por exemplo, reduz afastamentos e gera impacto direto sobre a produtividade.
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