Conheça os benefícios corporativos que impulsionam a atração e retenção de talentos
Os benefícios corporativos passam por uma transformação silenciosa e profunda. Deixaram de ser um conjunto fixo de direitos para refletir a cultura e os valores de cada empresa. Da mesma forma, tornam-se um diferencial competitivo cada vez mais relevante. Essa mudança é impulsionada por um ambiente de trabalho que reúne profissionais de diferentes gerações, cada um com expectativas e também prioridades próprias.
Nesse contexto, cresce a exigência por flexibilidade e bem-estar integral. O plano de saúde já não é suficiente. Os colaboradores buscam soluções alinhadas às suas realidades, como apoio à saúde mental, equilíbrio financeiro, tempo de qualidade, bem como liberdade de escolha.
Porém, esse movimento não é passageiro – e é global. Além dissos, no Brasil e no mundo, empresas de diferentes setores redesenham seus pacotes de benefícios corporativos para responder melhor às novas demandas. Imagine um panorama em que o plano de saúde é apenas o início e o colaborador pode escolher também entre sessões de terapia online, créditos culturais, aulas de ioga, apoio financeiro para montar um home office ou acesso a clínicas digitais integradas, por exemplo.
O que poderia parecer um cenário ideal, porém, já é prática em companhias que adotam políticas alinhadas à sustentabilidade corporativa. Hoje, os benefícios refletem a maneira como a empresa enxerga saúde, bem-estar, diversidade, inclusão e qualidade de vida. Contudo, com a digitalização acelerada e a valorização do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, cresce a necessidade por soluções personalizáveis, acessíveis e humanas.
E os números mostram, igualmente, que o investimento em pessoas traz retorno em médio e longo prazo. Segundo estudo de 2023 da consultoria Gartner, referência global em pesquisa e análise corporativa, companhias que oferecem pacotes mais flexíveis registram aumento médio de 25% no engajamento e redução de 15% nas taxas de turnover.
Veja a seguir exemplos concretos e aplicáveis para transformar o cuidado com as pessoas em vantagem estratégica.
1. Tornar os benefícios corporativos mais inclusivos e adaptados a diferentes perfis
Quando o assunto é inovar em benefícios corporativos, inclusão é a palavra-chave. O relatório Global Benefits Trends Study 2025, da Aon, multinacional britânica especializada em gestão de riscos, aponta que grandes empresas já reformularam ou pretendem reformular seus pacotes com foco inclusivo.
O levantamento, que ouviu mais de 500 profissionais em 45 países, revelou que 54 % das organizações globais planejam expandir benefícios voltados às famílias, como licenças parentais estendidas e suporte à educação infantil. Além disso, 39 % dessas empresas planejam implementar ou ampliar iniciativas para colaboradores mais velhos, diversidade de gênero e funcionários de baixa renda, incluindo check-ups geriátricos, mentorias, bolsas de estudo e subsídios diferenciados.
2. Gerar ROI e engajamento real com programas de bem-estar
Além do ROI (retorno sobre investimento) tradicional, empresas avaliam o VOI (Value on Investment), que mede o valor agregado à cultura, ao bem-estar e ao engajamento.
De acordo com relatório da Wellhub, plataforma global de benefícios corporativos, 95% das empresas com programas bem avaliados por funcionários registram retorno mínimo de 2 dólares para cada dólar investido. O resultado vem acompanhado de redução nos custos de saúde e absenteísmo. O estudo apontou também que metas sazonais, assim como gamificação e monitoramento por aplicativo aumentam a adesão e fortalecem a cultura interna.
No Brasil, o mesmo relatório indica um crescimento desse modelo em indústrias e empresas de serviços, que veem o bem-estar como pilar do employer branding – estratégia voltada a fortalecer a imagem da empresa como um bom lugar para trabalhar.
3. Incorporar bem-estar financeiro ao pacote de benefícios corporativos
Assim como as empresas cuidam de suas finanças, colaboradores também precisam de apoio nessa área. Em 2025, por exemplo, ganham destaque programas de assistência financeira que oferecem ajuda para educação, crédito consignado com orientação financeira e também subsídio para despesas inesperadas.
Segundo pesquisa recente da WTW (Willis Towers Watson), multinacional de consultoria e gestão de benefícios, empregadores reconhecem que a saúde financeira influencia diretamente a performance emocional e a produtividade. Oferecer coaching financeiro, benefícios flexíveis e uso inteligente do orçamento atua como prevenção em saúde mental, por exemplo, e reduz ansiedade e presenteísmo.
4. Integrar wearables e gamificação à promoção de saúde nas empresas
O suporte financeiro pode se somar à adoção de tecnologias inovadoras. Da mesma forma, a combinação de dispositivos vestíveis, gamificação e benefícios corporativos cresce como estratégia de prevenção e promoção da saúde.
Algumas empresas já distribuem relógios inteligentes e pulseiras fitness para monitorar frequência cardíaca, sono, passos e níveis de estresse. Esses dados são conectados a plataformas gamificadas que estimulam metas diárias ou coletivas, permitindo feedback contínuo e personalização da jornada de saúde. A prática, portanto, fortalece hábitos saudáveis e incorpora o bem-estar à cultura organizacional, com alto potencial de adesão entre diferentes perfis.
5. Utilizar inteligência artificial para personalizar benefícios
O uso da tecnologia pode ir além. Experiências recentes apontam que a inteligência artificial aplicada à gestão de benefícios corporativos inaugura uma nova era de personalização e eficiência em saúde.
Estudos da Aon e da WTW indicam que a IA pode antecipar riscos de saúde, sugerir ações de bem-estar e adaptar ofertas conforme o comportamento do colaborador. As ferramentas incluem coaching personalizado, triagem de saúde mental e sugestões em tempo real, como pausas ativas ou ajustes de carga de trabalho.
6. Oferecer modelos flexíveis para que cada colaborador escolha seus benefícios
A flexibilidade é tendência central. Além disso, de acordo com o relatório Health and Benefit Strategies for 2024, da Mercer, consultoria global em gestão de talentos e benefícios, 61% das empresas com melhor performance em produtividade, engajamento e retenção, isto é, chamadas empresas de alto desempenho, planejam expandir os modelos de benefícios flexíveis nos próximos dois anos.
Já nos pacotes com flexibilidade total (Flexible Allowance Models), por exemplo, cada colaborador recebe um valor mensal fixo ou ajustável para compor seu portfólio de benefícios. Também, ele decide como aplicar esses créditos em saúde, bem-estar, alimentação, mobilidade, educação, cultura, previdência ou apoio psicológico.
Essa abordagem, segundo a Mercer, tem impacto positivo na satisfação, retenção e engajamento, especialmente entre as gerações mais jovens.
7. Incluir telemedicina ocupacional e saúde mental no pacote de benefícios
A telemedicina corporativa não se limita ao atendimento clínico geral, porém. Novos modelos integram saúde ocupacional e bem-estar mental com consultas remotas que incluem enfermagem e psicologia.
Desta forma, no Brasil, a inclusão da saúde mental também atende a exigências legais. A atualização da NR-01 (Norma Regulamentadora Nº 1) estabelece diretrizes sobre segurança e saúde no trabalho e passa a considerar riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). A norma, com vigência prevista entre 2025 e 2026, exigirá mapeamento dos riscos psicossociais e maior atenção à saúde mental nos pacotes de benefícios corporativos.
O próximo passo na evolução dos benefícios corporativos
Os benefícios corporativos do futuro são adaptáveis, digitais, inclusivos e também centrados na experiência humana. Ainda, pesquisas recentes indicam que empresas que modernizam seus pacotes com tecnologia, saúde integrada e autonomia tendem a conquistar vantagem competitiva.
Planos de saúde digitalizados, programas gamificados, uso de IA, bem como benefícios voltados a perfis diversos apontam para um caminho sem volta para organizações que desejam construir ambientes mais saudáveis, produtivos e engajados.
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