12 de junho de 2025

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Quais são as diferenças entre saúde ocupacional e segurança do trabalho?

Em um mundo cada vez mais atento ao bem-estar dos colaboradores, entender as diferenças – e conexões – entre saúde ocupacional e segurança do trabalho é essencial para empresas que desejam ir além do cumprimento da lei. Mais do que medidas preventivas, são práticas que reduzem riscos, aumentam o engajamento e contribuem diretamente para a performance da organização. 

Mas, para que esses avanços se concretizem, é fundamental que os dois pilares da promoção de condições laborais saudáveis e seguras sejam fortalecidos por profissionais do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) e também por quem atua com benefícios corporativos. Neste artigo, você vai entender como essas áreas funcionam, onde se complementam e por que a integração entre elas pode transformar a realidade do trabalho nas empresas.

O que é saúde ocupacional?

A saúde ocupacional é uma especialidade voltada à promoção e preservação da saúde dos trabalhadores em seus ambientes de atuação. Seu foco está na prevenção de doenças relacionadas ao trabalho, no bem-estar físico e mental e na melhoria das condições laborais. Entre suas principais atividades, estão:

  • Avaliações médicas periódicas: exames admissionais, periódicos, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissionais.
  • Programas de prevenção: campanhas de vacinação, promoção de saúde mental, ergonomia e qualidade de vida.
  • Monitoramento de riscos: identificação e controle de agentes nocivos presentes no ambiente de trabalho.

Todas essas ações são regulamentadas pela Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que estabelece diretrizes para o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

O que é segurança do trabalho?

A segurança do trabalho tem como objetivo proteger os trabalhadores durante a execução de suas atividades. Suas iniciativas buscam reduzir acidentes, prevenir doenças ocupacionais e garantir ambientes seguros. Entre as principais ações, destacam-se:

  • Identificação e avaliação de riscos: análise de perigos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos.
  • Medidas preventivas: uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), sinalizações e treinamentos.
  • Desenvolvimento de programas de segurança: elaboração de políticas e procedimentos que promovem a segurança no dia a dia.

A área é regulamentada por diversas Normas Regulamentadoras, como:

  • NR-6: Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
  • NR-9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
  • NR-17: Ergonomia

Como a saúde ocupacional e a segurança do trabalho se diferenciam?

Embora compartilhem o objetivo de proteger o trabalhador, a saúde ocupacional e a segurança do trabalho se distinguem pelo foco de atuação.

A saúde ocupacional prioriza a promoção e a manutenção da saúde física, mental e social dos colaboradores. Já a segurança do trabalho está mais voltada à prevenção de acidentes e à proteção contra riscos físicos, químicos e biológicos. São abordagens complementares e devem caminhar juntas para assegurar um ambiente mais seguro e saudável a todos.

Estratégia integrada de saúde e segurança

A integração entre saúde ocupacional e segurança do trabalho é fundamental para uma gestão eficaz de riscos no ambiente laboral. Quando SESMT e equipes de benefícios adotam uma abordagem conjunta, a empresa amplia sua capacidade de prevenção e promoção de bem-estar. Entre as ações integradas, destacam-se:

  • Identificação e controle de riscos: realizado por meio de avaliações contínuas e medidas preventivas.
  • Promoção da saúde: programas que incentivam hábitos saudáveis e bem-estar mental.
  • Capacitação dos colaboradores: treinamentos e campanhas educativas que disseminam boas práticas.

Essa sinergia contribui para ambientes mais seguros, colaboradores mais saudáveis e empresas mais produtivas.

Normas Regulamentadoras relevantes

As Normas Regulamentadoras (NRs) são diretrizes legais que orientam empresas e profissionais na condução das práticas de saúde e segurança. Algumas das mais importantes:

  • NR-1: Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO).
  • NR-4: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
  • NR-5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
  • NR-6: Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
  • NR-7: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).
  • NR-9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
  • NR-17: Ergonomia.
  • NR-32: Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde.

Saúde mental e riscos psicossociais: um ponto de convergência

Um dos principais desafios atuais é o cuidado com a saúde mental no ambiente de trabalho. Condições como estresse crônico, ansiedade, depressão e burnout afetam diretamente o bem-estar dos trabalhadores e podem aumentar o risco de acidentes e falhas operacionais.

A NR-17, voltada à ergonomia, já contempla aspectos psicossociais do trabalho. Em 2024, a NR-1 foi atualizada para incluir diretrizes de certificação em saúde mental, que devem passar a valer a partir de 2025.

De acordo com o relatório conjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2022, cerca de 15% dos adultos em idade produtiva apresentam algum tipo de transtorno mental. Sem dúvida, um impacto que se reflete na produtividade, no absenteísmo e na rotatividade de pessoal.

(Leia também: NR-01 atualizada dá maior destaque à questão da saúde mental)

Cultura organizacional e o papel da liderança

O cuidado com as pessoas está diretamente ligado à cultura organizacional. Quando líderes reconhecem o valor estratégico da saúde ocupacional e da segurança do trabalho, essas áreas deixam de ser tratadas como obrigação legal e passam a integrar as prioridades do negócio. Modelos de liderança e políticas institucionais têm impacto direto nos indicadores de bem-estar e produtividade.

Empresas com cultura de segurança bem estruturada tendem a apresentar menos acidentes, menor rotatividade e maior engajamento. Para acompanhar o desempenho, é possível adotar indicadores de desempenho (KPIs) como:

  • Taxa de frequência e gravidade de acidentes: esses índices avaliam o número de acidentes e a severidade dos casos. São parâmetros clássicos para monitorar a eficácia das ações de segurança.
  • Índice de absenteísmo relacionado a causas ocupacionais: avalia a quantidade de ausências ligadas a doenças ou acidentes do trabalho. Pode indicar falhas nos programas de prevenção e gestão de riscos.
  • Percentual de participação em ações preventivas: mede a adesão dos trabalhadores a treinamentos, SIPATs (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho), campanhas e exames periódicos.

Tecnologia como aliada da gestão integrada

Manter a integridade dos colaboradores exige ações contínuas, e a tecnologia tem papel fundamental nesse processo. Ferramentas inovadoras podem facilitar o monitoramento de riscos, integrar dados de saúde e segurança, automatizar relatórios e melhorar a tomada de decisão.

A Oliv-e Saúde é uma healthtech que oferece ferramentas modernas capazes de transformar a realidade da gestão de saúde ocupacional nas empresas. Acesse o site para saber como levar mais eficiência à sua gestão.